quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Conhecendo o Espiritismo II

incípios Básicos da Doutrina Espírita

· A Doutrina Espírita tem como princípios básicos de sua crença:

2.1 A existência de Deus;
2.2 Existência do Espírito, sua sobrevivência após a morte e sua comunicação com o mundo material;
2.3 Reencarnação;
2.4 Evolução moral e intelectual dos espíritos;
2.5 Lei de Causa e Efeito.

Podemos observar, então, que alguns desses princípios encontram-se em todas as religiões cristãs. Ou seja, tanto o Catolicismo, como o Protestantismo e suas diversas ramificações, crêem em Deus e na existência de alguma forma de uma vida espiritual. Isso, porque Jesus sempre deixou muito claro ambos, falando em suas parábolas e em seus ensinamentos.
Mas, por que existe Deus? Se há mundo espiritual, como é a vida lá? E vivendo no mundo espiritual, pode se fazer contato com o mundo material? Vivemos uma só vida? Todos temos a mesma evolução espiritual? O que fazemos, de bom ou ruim, recebemos de volta?
Estas perguntas que sempre nos atormentaram têm uma explicação racional na Doutrina Espírita. E veremos que para todas elas existe algo a respeito na Bíblia, que com a luz do Espiritismo podemos compreender.

2.1 A existência de Deus

A existência de Deus é o primeiro assunto de "O Livro dos Espíritos". Allan Kardec e a falange do Espírito de Verdade entenderam a necessidade de nos falar primordialmente sobre isso, pois crer em Deus, não só emocionalmente, mas também racionalmente, irá nos favorecer a compreensão de toda sua criação. Consequentemente, conseguiremos saber o porquê da vida e qual nosso objetivo de existência. Abaixo, reproduzimos as primeiras perguntas e respostas da obra citada:
1. Que é Deus?
Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas.

2. Que se deve entender por infinito?
O que não tem começo nem fim: o desconhecido; tudo que é desconhecido é infinito.

3. Poder-se-ia dizer que Deus é o infinito?
Definição incompleta. Pobreza da linguagem humana, insuficiente para definir o que está acima da linguagem dos homens.
Deus é infinito em Suas perfeições, mas o infinito é uma abstração. Dizer que Deus é o infinito é tomar o atributo de uma coisa pela coisa mesma, é definir uma coisa que não está conhecida por uma outra que não está mais do que a primeira.

Provas da existência de Deus

4. Onde se pode encontrar a prova da existência de Deus?
Num axioma que aplicais às vossas ciências. Não há efeito sem causa. Procurai a causa de tudo o que não é obra do homem e a vossa razão responderá.
Para crer-se em Deus, basta se lance o olhar sobre as obras da Criação. O Universo existe, logo tem uma causa. Duvidar da existência de Deus é negar que todo efeito tem uma causa e avançar que o nada pôde fazer alguma coisa.

7. Poder-se-ia achar nas propriedades íntimas da matéria a causa primária da formação das coisas?
Mas, então, qual seria a causa dessas propriedades? É indispensável sempre uma causa primária.
Atribuir a formação primária das coisas às propriedades íntimas da matéria seria tomar o efeito pela causa, porquanto essas propriedades são, também elas, um efeito que há de ter uma causa.

8. Que se deve pensar da opinião dos que atribuem a formação primária a uma combinação fortuita da matéria, ou, por outra, ao acaso?
Outro absurdo! Que homem de bom senso pode considerar o acaso um ser inteligente? E, demais, que é o acaso? Nada.
A harmonia existente no mecanismo do Universo patenteia combinações e desígnios determinados e, por isso mesmo, revela um poder inteligente. Atribuir a formação primária ao acaso é insensatez, pois que o acaso é cego e não pode produzir os efeitos que a inteligência produz. Um acaso inteligente já não seria acaso.

9. Em que é que, na causa primária, se revela uma inteligência suprema e superior a todas as inteligências?
Tendes um provérbio que diz: Pela obra se reconhece o autor. Pois bem! Vede a obra e procurai o autor. O orgulho é que gera a incredulidade. O homem orgulhoso nada admite acima de si. Por isso é que ele se denomina a si mesmo de espírito forte. Pobre ser, que um sopro de Deus pode abater!
O poder de uma inteligência se julga pelas obras. Não podendo nenhum ser humano criar o que a Natureza produz, a causa primária é, consequentemente, uma inteligência superior à Humanidade.
Quaisquer que sejam os prodígios que a inteligência humana tenha operado, ela própria tem uma causa e, quanto maior for o que opere, tanto maior há de ser a causa primária. Aquela inteligência superior é que é a causa primária de todas as coisas, seja qual for o nome que lhe dêem.


Com essas questões, vemos qual o entendimento da Doutrina Espírita sobre Deus.
Na Bíblia, há muitas passagens falando a respeito da existência do Pai criador. Porém, uma das mais importantes encontra-se na "Oração do Pai Nosso" (Mateus, VI; versículos 9 a 13), onde Jesus nos ensina a orar, agradecendo e pedindo a Deus a luz para nossa existência.

2.2 Existência do Espírito, sua sobrevivência após a morte e sua comunicação com o mundo material
153. Em que sentido se deve entender a vida eterna?
A vida do Espírito é que é eterna; a do corpo é transitória e passageira. Quando o corpo morre, a alma retoma à vida eterna."


A Doutrina Espírita nos explica que o Espírito é eterno, como afirmado na questão acima de O Livro dos Espíritos.
A existência da vida espiritual é muito citada por Jesus nos Evangelhos. E se existe essa vida, lá vivem os Espíritos. Mas o que são os Espíritos? Vejamos o que diz O Livro dos Espíritos:
23. Que é o Espírito?
O princípio inteligente do Universo.

a) - Qual a natureza íntima do Espírito?
Não é fácil analisar o Espírito com a vossa linguagem. Para vós, ele nada é, por não ser palpável. Para nós, entretanto, é alguma coisa. Ficai sabendo: coisa nenhuma é o nada e o nada não existe."

24. Espírito é sinônimo de inteligência?
A inteligência é um atributo essencial do Espírito. Uma e outro, porém, se confundem num princípio comum, de sorte que, para vós, são a mesma coisa.

25. O Espírito independe da matéria, ou é apenas uma propriedade desta, como as cores o são da luz e o som o é do ar?
São distintos uma do outro; mas, a união do Espírito e da matéria é necessária para intelectualizar a matéria."

27. Há então dois elementos gerais do Universo: a matéria e o Espírito?
Sim e acima de tudo Deus, o criador, o pai de todas as coisas. Deus, espírito e matéria constituem o princípio de tudo o que existe, a trindade universal...


A Doutrina Espírita também nos ensina que os Espíritos nada mais são do que as almas dos homens que materialmente viveram na Terra. Ou seja: quando encarnado, o Espírito tem a denominação de alma; ao desencarnar-se e voltar à vida espiritual, é denominado Espírito. Esta diferença de terminologia existe apenas para diferenciar um estado do outro. Dessa forma, existindo o mundo espiritual e os Espíritos, estes têm a condição de se comunicarem com os encarnados. Há muitas passagens nas Escrituras Sagradas (Bíblia) que falam sobre esse intercâmbio (adiante, conheceremos uma delas).
Deus nunca parou de criar Espíritos, povoando diversos mundos habitados no universo. É Jesus mesmo quem diz: "Na casa de meu Pai há muitas moradas" (João, XIV;2). E todos os espíritos são criados simples e ignorantes. Ou seja, nenhum de nós teve privilégios ao sermos criados. Coube a cada um de nós, através de cada reencarnação, adquirir experiências que nos tornaram como somos hoje.

2.3 A reencarnação

Compreendemos, assim, que nós mesmos conquistamos nossa evolução, vida após vida, encarnação após encarnação. Todas as experiências que vivenciamos, sejam boas ou más, servirão para compor nossa história espiritual.
Isso explica, por exemplo, porque há pessoas que têm tendências para um desenvolvimento precoce para a música, pintura, matemática e demais artes sem terem tido nenhum incentivo para isso nesta existência.
Por outro lado, há os que desde crianças têm o chamado popularmente "gênio forte", onde impera a violência, a impaciência, o egoísmo. Tanto para o bem quanto para o mal estas tendências nada mais são do que a demonstração do que compõe a nossa história espiritual, traduzida e apresentada como inclinações que temos na vida presente. Caberá a cada um de nós alimentarmos estas vocações (se forem para o bem) ou cerceá-las (se forem para o mal). E é nisso que resulta a sabedoria de Deus na reencarnação. Nela, nós mesmos colheremos o que de bom ou ruim semearmos.
Com isso, a Doutrina Espírita põe fim às penas eternas, incoerentes com a bondade e misericórdia suprema do Pai. Pois se nós, seres imperfeitos, sabemos perdoar e dar novas oportunidades a nossos filhos, muito mais o fará Deus. Ao invés de jogar eternamente no inferno quem errou, dá novas oportunidades de vida, onde se colherá o que se plantou, aprendendo o melhor caminho a seguir.
Além disso, a reencarnação consegue explicar os porquês de problemas de nascença, ou de problemas que nos acompanham no decorrer da vida. Se as causas não se acharem presentes na atualidade, só podem ser frutos de atitudes cometidas em outras existências. Senão, onde estaria a justiça de Deus, que deu saúde e paz a uns e desgraças a outros? Só a reencarnação mostra como o Pai é sábio e justo, pois sua Lei espiritual dá a cada um segundo suas obras, visando sempre um único destino para todos: a felicidade eterna.
Na Bíblia, no Evangelho segundo Mateus, XVII; versículos 1 a 13, na passagem denominada "Transfiguração", há vários elementos que nos comprovam o que a Doutrina Espírita nos ensina:
"Tomou Jesus consigo a Pedro, a Tiago e a João, seu irmão, e os conduziu em particular , a um alto monte. E transfigurou-se diante deles; e o seu rosto resplandeceu com o sol, e os seus vestidos se tornaram brancos como a luz. E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele... E os seus discípulos o interrogaram, dizendo: Por que dizem então os escribas que é mister que Elias venha primeiro? E Jesus respondendo-lhes, disse: Em verdade, Elias virá primeiro, e restaurará todas as coisas. Mas digo-vos que Elias já veio, e não o conheceram, mas fizeram-lhe tudo o que quiseram. Assim farão eles também padecer o Filho do Homem. Então, entenderam os discípulos que ele lhes falara de João Batista".


Aqui, podemos observar a existência do mundo espiritual, a comunicação dos Espíritos e a reencarnação. Jesus deixa bem claro que João Batista, seu primo e pregador, que havia vivido junto com ele, antes de ser preso e decapitado pelo rei Herodes, foi na verdade a reencarnação do profeta Elias, que vivera há mais de 900 anos antes de Jesus. Naquele momento, depois de seu desencarne, João apresentava-se a Jesus com a aparência de Elias, juntamente com Moisés, outro profeta desencarnado há 1700 anos.
Abaixo, mais algumas passagens da Bíblia que falam sobre a reencarnação e a confusão que os Judeus faziam com ressurreição. Isso porque, reencarnação é o renascimento do Espírito para viver em um novo corpo, que nada tem a ver com o anterior. É o que acredita a Doutrina Espírita. Já ressurreição é a volta do Espírito no mesmo corpo que havia habitado, mesmo que esse já tenha sido decomposto, que é o que crêem outras religiões.
Essa confusão fez com que Jesus não falasse diretamente da reencarnação para o povo, mas sim apenas com seus discípulos mais próximos, que teriam uma melhor condição espiritual de compreender o processo que envolve a reencarnação. Mas mesmo entre eles, havia dificuldade para o entendimento completo. Por isso, Jesus deixa muitas vezes subtendido o assunto. Vejamos em Marcos, VI; 14 e 15 / Lucas, IX; 7 a 9:
"Jesus expulsava muitos demônios e curava enfermos. E ouviu isto o rei Herodes (por que o nome de Jesus se tornara notório), e disse: João, o que batizava, ressuscitou dos mortos, e por isso estas maravilhas operam nele. E outros diziam: Ele é Elias, ou um dos profetas. Herodes, porém, disse: Este é João, que mandei degolar, e ressuscitou dos mortos".


Em Marcos, VIII; 27:
"Jesus interrogou a seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens que eu sou? E eles disseram: Dizem que é João Batista, outros que é Elias; e outros, um dos profetas".


Nestas duas passagens, não podiam estar se referindo à ressurreição, mas sim à reencarnação, pois a ressurreição traria João, ou outros dos profetas, com o mesmo corpo de antigamente. E Jesus tinha nascido, seus pais eram conhecidos, e portanto, não poderia ser a ressurreição de nenhum deles. Mas sim, a reencarnação. O que falavam as pessoas, o rei Herodes e os discípulos demonstra a confusão entre ressurreição e reencarnação, mas deixa claro que a crença na volta do Espírito à vida era conhecida, mas não compreendida.
Em João, IX; 1 a 41:
"Jesus viu um cego de nascença, e seus discípulos lhe perguntaram: Rabi, quem pecou para que esse homem nascesse cego, ele ou seus pais? Jesus então lhes disse: Nem ele pecou, nem seus pais, mas foi assim para que se manifestasse nele as obras de Deus".


Passagem que demonstra mais claramente ainda que os discípulos e Jesus conversavam sobre a reencarnação. A pergunta dos apóstolos sobre quem teria pecado para que aquele homem nascesse assim nos indica que havia uma dúvida sobre o processo reencarnatório. E mais, se o cego era de nascença, como ele poderia ter pecado, senão em outra vida?
E Jesus, então, ensina que não se tratava de uma expiação, ou seja, do pagamento de um erro de outras vidas; mas que aquela situação era uma prova por qual passava o Espírito, e que teria fim com o "milagre" de Jesus. Falaremos mais sobre provas e expiações no item "Lei de Causa e Efeito".

2.4 Evolução moral e intelectual dos espíritos

Explica-nos a Doutrina Espírita que muitos são os níveis de evolução dos Espíritos. Cada Espírito escolhe o caminho que deseja seguir, seja no bem ou no mal; no estudo ou na ignorância, até que todos possam atingir o progresso.
A Doutrina nos ensina que devido a esta diferença de evolução existem milhares de mundos materiais que têm vida, e que eles estão divididos em cinco categorias. Os Espíritos encarnados habitam os mesmos, dependendo de sua condição moral/intelectual.
Esses mundos são:

· Primitivos: onde a ignorância é quase que total. Como exemplo, podemos citar a época dos homens das cavernas;
· De Provas e Expiações: similar à Terra, onde a ignorância, o mal, ainda superam o bem, embora a tecnologia e a inteligência estejam bem desenvolvidas;
· De Regeneração: próximo estágio do nosso planeta, onde o bem, a compreensão, superarão a ignorância;
· Felizes: orbes em que praticamente a ignorância inexiste, e as pessoas vivem para o bem da sociedade, buscando um progresso em conjunto;
· Divinos: locais onde só existe o entendimento das Leis divinas, não havendo lugar para o mal.

Para passar de um mundo para o outro, são necessários milhares de anos de dedicação e muitas vezes de sofrimento por parte dos Espíritos encarnados. Porém, o fim sempre será a evolução material e espiritual do planeta.
E nesse processo evolutivo, há diversidades de estágios dentro de cada mundo, embora não sejam muito grandes.
Na Terra, por exemplo, vemos diferenças de atitudes nas pessoas, mostrando uma escala de adiantamento espiritual. Mas, todos ainda estamos limitados a uma condição: a ignorância supera a compreensão.
Jesus comenta sobre esta diversidade na conhecida "Parábola do Semeador", que está em Mateus, XIII; 4 a 9:
"Eis que o semeador saiu a semear. E quando semeava, uma parte caiu ao pé do caminho, e vieram as aves, e comeram-na. E outra parte caiu em pedregais, onde não havia terra bastante, e logo nasceu, porque não tinha terra funda. Mas vindo o sol, queimou-se, e secou-se, porque não tinha raiz. E outra caiu entre espinhos, e os espinhos cresceram, e sufocaram-na. E outra caiu em boa terra, e deu fruto, um a cem, outro a sessenta e outro a trinta".


O semeador da Parábola é Jesus. As sementes, seus ensinos. A parte que caiu ao pé do caminho simboliza as pessoas que escutam a palavra de Deus mas as desdenham, buscando apenas os interesses materiais, simbolizados pelas aves.
A parte dos pedregais simboliza as pessoas que escutam a palavra de Deus e ficam incentivadas a segui-las. No entanto, vão "com muita sede ao pote", criando uma fé cega, sem bases racionais. Assim, não criam raízes. E quando vêm os problemas a que todos estamos sujeitos, simbolizados pelo sol, revoltam-se contra Deus, porque não compreendiam verdadeiramente seus ensinos.
A outra parte fala dos que escutam a palavra dos Evangelhos, até as acham importantes, mas as preocupações com o dinheiro e o poder, simbolizadas pelos espinhos, sufocam qualquer iniciativa de buscar a compreensão espiritual.
Por fim, a parte que caiu em terra boa fala das pessoas que escutam os ensinos e procuram praticá-los, visando um entendimento dos porquês da vida e da prática do bem ao próximo. Mas diz Jesus que até entre esses haverá diferenças, pois todos temos nossos limites. E a capacidade de praticar o bem difere de pessoa para pessoa.
Assim, caberá a cada um de nós escolhermos qual estágio gostaríamos de estar. Pois a semeadura de Jesus já está aí há mais de 2000 anos. Colhê-la ou não será uma escolha particular.

2.5 A Lei de Causa e Efeito

Tudo o que fizermos ao próximo, de bem ou mal, retornará para nós. É a chamada Lei de Ação e Reação, plantio e colheita. Tem um exemplo na Lei da Física, explicada por Newton, onde toda ação tem uma reação contrária, de mesma intensidade e sentido oposto.
Nosso mundo é de segunda categoria, classificado como de Provas e Expiações.
As expiações são a colheita nesta ou nas próximas existências do erro que tenhamos praticado em outras vidas. Não é um castigo, pois Deus não castiga. É sim a oportunidade de compreendermos nossos atos indevidos, sofrendo em nós mesmos o que fizemos outro sofrer. Com isso, nosso espírito absorve a experiência, a terá a tendência de não mais praticá-lo.
Jesus fala da Expiação na passagem onde ocorre sua prisão, que está em Mateus, XXVI; 52.
"Então, disse Jesus a Pedro: Mete no seu lugar a tua espada: porque todos os que lançarem mão da espada, à espada morrerão".


Nesta passagem, o apóstolo Pedro tentava defender Jesus, ameaçando um guarda com uma espada. E até neste difícil momento, Jesus aproveitou para nos ensinar o quanto devemos pensar antes de agir. Caso contrário, não poderemos reclamar do que nos espera no futuro.
As provas são as situações que ocorrem em nossa vida para ajudar-nos a desenvolvermos a paciência, a inteligência, a humildade e a perseverança. Não têm nada a ver com atos cometidos em outras vidas. Deus as coloca em nosso caminho com o intuito de nos incentivar no desenvolvimento de nossos sentimentos e habilidades, fazendo-nos ter "jogo de cintura" e sensatez frente aos percalços da vida.
O Perispírito e o Fluido Universal

O Espírito, por ser de natureza abstrata, não tem forma. Por isso, reveste-se de um elemento fluídico, semimaterial, chamado Perispírito.
Encarnado ou desencarnado, o Espírito reveste-se desta "roupagem". Na verdade, o Perispírito é o elo de ligação entre o Espírito e a matéria. Tem natureza fluídica, sendo uma modificação do Fluido Universal. O Fluido Universal é a base de todos os elementos materiais do universo. Nossos cientistas contemporâneos buscam incessantemente comprovar a existência de um elemento básico de tudo que existe no campo material. Este elemento é chamado pela Doutrina de Fluido Universal.
Pode o Perispírito ficar ou não visível e/ou tangível, porém, sempre estará presente no Espírito em sua caminhada evolutiva. Abaixo, algumas questões sobre o assunto em "O Livro dos Espíritos":
93. O Espírito, propriamente dito, nenhuma cobertura tem, ou, como pretendem alguns, está sempre envolto numa substância qualquer?
Envolve-o uma substância, vaporosa para os teus olhos, mas ainda bastante grosseira para nós; assaz vaporosa, entretanto, para poder elevar-se na atmosfera e transportar-se aonde queira.
Envolvendo o gérmen de um fruto, há o perisperma; do mesmo modo, uma substância que, por comparação, se pode chamar perispírito, serve de envoltório ao Espírito propriamente dito.
94. D e onde tira o Espírito o seu invólucro semimaterial?
Do fluido universal de cada globo, razão por que não é idêntico em todos os mundos. Passando de um mundo a outro, o Espírito muda de envoltório, como mudais de roupa.

Os médiuns

A mediunidade é o meio pelo qual os Espíritos têm condições de influenciar diretamente os encarnados, sejam estas influências boas ou más. Portanto, todos temos alguma mediunidade, pois todos sofremos influenciações do mundo espiritual. Porém, há uma diferença em ter mediunidade e ser um médium com possibilidades de perceber mais claramente a presença dos Espíritos.
Em O Livro dos Médiuns, capítulo XIV, item 159, Allan Kardec define os médiuns da seguinte forma:
"159. Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo. Por isso mesmo, raras são as pessoas que dela não possuam alguns rudimentos. Pode, pois, dizer-se que todos são, mais ou menos, médiuns. Todavia, usualmente, assim só se qualificam aqueles em quem a faculdade mediúnica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que então depende de uma organização mais ou menos sensitiva. E de notar-se, além disso, que essa faculdade não se revela, da mesma maneira, em todos. Geralmente, os médiuns têm uma aptidão especial para os fenômenos desta, ou daquela ordem, donde resulta que formam tantas variedades, quantas são as espécies de manifestações.
"As principais são: a dos médiuns de efeitos físicos; a dos médiuns sensitivos, ou impressionáveis; a dos audientes; a dos videntes; a dos sonambúlicos; a dos curadores; a dos pneumatógrafos; a dos escreventes, ou psicógrafos. "
*Allan Kardec não cita os médiuns psicofônicos, pois durante a Codificação os chamados médiuns "falantes" não eram tão comuns, ao contrário do que acontece hoje.

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